Senhor Jesus!
Divino condenado sem culpa!...
Enquanto Te rememoramos o madeiro de ignomínia,
lança Tua benção sobre nós, os que nos enfileiramos,
junto à rebeldia do Mau Ladrão...
Tu que Te confiaste à extrema renúncia pelos que
padeciam na miséria, não Te esqueças daqueles que
ainda estendem na Terra o sofrimento e a ignorância, a
fome e a nudez!
Muitos, ó Eterno Benfeitor, Te rogarão socorro para os
que foram relegados à intempérie, entretanto, nós
sabemos que a Tua presença sublime aquece todos os que
foram abandonados à noite da provação e, por isso,
rogar-Te-emos abrigo para as mãos que erguem templos
em Tua memória, esquecendo fora das portas os que
soluçam de frio.
Ah! Senhor! quantos Te pedirão pela ovelha estraçalhada,
longe do aprisco!... Nós, no entanto, não desconhecemos
que o Teu olhar vela, poderoso e vigilante, ao pé de todos
os vencidos, convertendo-lhes a dor em pão de Tua graça,
nos celeiros da eterna vitória!... Suplicar-Te-emos, assim,
abençoes o lobo que se julga triunfante.
Mestre da Cruz, compadece-Te,. pois, de todos nós, os que
Te buscamos com a oração do arrependimento,
crucificados ainda no madeiro de nossa crueldade,
algemados ao cárcere de nossos próprios
crimes„garroteados pelas recordações dolorosas que nos
entenebrecem a consciência!
Ampara-nos, Senhor, a nós, os que abusamos da
inteligência, os que exploramos as v,viúvas e os órfãos,
os que deliberadamente fugimos ao amor
que nos ensinaste!...
Excelso Benfeitor, estende sobre nós Teu olhar
compassivo, Tu, Senhor, que, enquanto recebias as
manifestações de solidariedade e apesar das
mulheres piedosas de Jerusalém, pensavas em como
haverias de converter a fraqueza de Pedro em
resistência e como haverias de levantar o espírito de
Judas, nosso irmão!...
ó Senhor, compadece-Te, ainda,, das cruzes que talhamos,
das aflições criadas por nós mesmos e lança do lenho que
não merecias, o Teu olhar de perdão sobre as nossas
dores, para que sejamos, ainda, hoje como ontem,
aliviados por Tuas sublimes palavras: – “Perdoa-lhes,
meu Pai, porque efetivamente não sabem o que fazem”.
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