Senhor, Tu sabes que eu envelheço Senhor, tu sabes melhor do que eu que estou envelhecendo e que um dia eu farei parte dos "velhos".
Guarda-me do hábito fatal de crer que eu tenho de dizer alguma coisa a propósito de tudo em todas as ocasiões.
Tira de mim o desejo obcecante de por em ordem os negócios dos outros.
Torna-me mais ponderado, mas não mal humorado, serviçal, mas não autoritário.
Impede-me de recitar sem fim os detalhes, dê-me asas para chegar ao alvo.
Sela meus lábios sobre meus males e dores, mesmo que eles aumentem sem cessar que seja agradável, ao longo dos anos, proclamá-los.
Creio mesmo que é pena não utilizar toda a minha reserva de sabedoria, mas tu sabes, Senhor... eu quero manter alguns amigos.
Não ouso te pedir uma memória melhor, mas dá-me uma humildade crescente e menos presunção quando minha memória se choca com a dos outros.
Ensina-me a gloriosa lição de que pode acontecer que eu me engane.
Guarda-me. Torna-me capaz de ver boas coisas onde ninguém as consegue enxergar e de reconhecer os talentos das pessoas subestimadas.
E dá-me a graça de poder demonstrar esse reconhecimento.
Escrita por religiosa do século XVIII e encontrada na catedral de Canterbury
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