Bem aventurados os que se põem em movimento
Transformando êxodo e fuga em energia para nova busca
Porque de vítimas se converterão em protagonistas da história.
Bem aventurados os que, forçados ao vaivém sem rumo
Com sabedoria aprendem e ensinam as lições do caminho
Porque haverão de ser arquitetos de um novo tempo.
Bem aventurados os que sofrem dor, saudade e solidão
Mas sabem fazer de cada chegada uma nova partida
Porque colocam em ação a fé, a esperança e a vida.
Bem aventurados os que rompem fronteiras
Porque na diferença de hino, bandeira, raça e credo
Sem discriminação fazem do mundo a casa de todos.
Bem aventurados os caminheiros de todas as estradas
Porque com lágrimas, suor e trabalho de suas mãos
Preparam um amanhã recriado pela justiça e o direito.
Bem aventurados os que abrem a porta aos peregrinos
Fazendo da solidariedade o passaporte da pátria universal
Porque estão construindo uma nova cidadania.
Bem aventurados os que promovem encontros e reencontros
Porque ao semear a paz haverão de colher flores e estrelas
No arco-íris de um novo céu e de uma nova terra.
Bem aventurados os excluídos, sem vez e sem voz
Porque serão os primeiros convidados ao grande banquete
Onde não faltará o pão em todas as mesas.
Avançar sem vacilações, amando, aprendendo e servindo infatigavelmente — eis a fórmula de caminhar com êxito, ao encontro de nosso triunfo. E, nessa peregrinação incansável, não nos esqueçamos de que a dúvida será sempre o frio do derrotismo a inclinar-nos para a acomodação e para a derrota.
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