domingo, 17 de setembro de 2017

ORAÇÃO POR ESTE MUNDO



Ó Deus, nós te damos graças por este universo, nosso lar. Pela sua vastidão e riqueza, pela exuberância da vida que o enche e da qual somos parte. 

Nós te louvamos pela abóbada celeste e pelos ventos, grávidos de bênçãos, pelas nuvens que navegam e as constelações, lá no alto. 

Nós te louvamos pelos oceanos, pelas correntes frescas, pelas montanhas que não se acabam, pelas árvores, pelo capim sob os nossos pés. 

Nós te louvamos pelos nossos sentidos: poder ver o esplendor da manhã, ouvir as canções dos namorados, sentir o hálito bom das flores da primavera. 

Dá-nos, rogamos-te, um coração aberto a toda esta alegria e a toda esta beleza, e livra as nossas almas da cegueira que vem da preocupação com as coisas da vida e das sombras das paixões, a ponto de passar sem ver e sem ouvir até mesmo quando a sarça, ao lado do caminho, se incendeia com a glória de Deus. 

Alarga em nós o senso de comunhão com todas as coisas vivas, nossas irmãs, a quem deste esta terra por lar, juntamente conosco. 

Lembramo-nos, com vergonha, de que no passado aproveitamos do nosso maior domínio e dele fizemos uso com crueldade sem limites, tanto assim que a voz da terra, que deveria ter subido a ti numa canção, tornou-se um gemido de dor. 

Que aprendamos que as coisas vivas não vivem só para nós, que elas vivem para si mesmas e para ti, que elas amam a doçura da vida tanto quanto nós, e te servem, no seu lugar, melhor que nós no nosso. 

Quando chegar o nosso fim, e não mais pudermos fazer uso deste mundo, e tivermos de dar nosso lugar a outros, que não deixemos coisa alguma destruída pela nossa ambição ou deformada ela nossa ignorância. 

Mas que passemos adiante nossa herança comum mais bela e mais doce, sem que lhe tenha sido tirado nada da sua fertilidade e alegria, e assim nossos corpos possam retornar em paz para o ventre da grande mãe que os nutriu e os nossos espíritos possam gozar da vida perfeita em ti. 

3 comentários:

  1. E todo o espírito que não confessa que Jesus Cristo veio em carne não é de Deus; mas este é o espírito do anticristo, do qual já ouvistes que há de vir, e eis que já está no mundo' 1 João 4:3
       O discernimento é fundamental na vida cristã, este texto nos ensina a identificar qual o tipo de espirito que pode estar influenciando uma pessoa. Na maioria das situações em que devemos tomar decisões, precisamos do discernimento de Deus. Para isso basta pedir Sabedoria a Deus e até mesmo revelação e certamente o Senhor não nos deixará confusos.
      ORAÇÃO: Pai querido perdoa pelas muitas vezes que não tive discernimento, e tomei decisões erradas por não ter consultado ao Senhor. Ajuda-me a discernir e fazer as escolhas certas para que cada dia eu esteja mais no centro da Sua vontade. Eu oro em nome de Jesus. Amém.

    ResponderExcluir
  2. E hoje eu só peço a Deus forças para continuar vencendo as lutas que se levantam contra mim, e FÉ para jamais desistir de caminhar… Tem dias que me sinto frágil e pequena, mas o Senhor me faz forte e me faz vencer como um gigante. Obrigada Senhor por nunca desistir de mim, obrigada por me guardar e sempre me livrar de todo mal. Que seja um dia abençoado e com esperanças renovadas para mim, meus familiares e meus amigos… Amém!

    ResponderExcluir
  3. Minha casa é o mundo. O meu teto é o céu azul. Daqui debaixo eu vejo os carros, as ruas e as pessoas. Vejo de tudo. Tudo menos sentimento. Para adentrar a sala, não precisa bater na porta. A luz se apaga automáticamente após as 19 horas. Minha mãe é a terra, às vezes quente, às vezes fria, coberta de asfalto e dor. Foi a pátria quem me pariu e me criou e riu de mim. Minha janela dá de frente para o buraco que cobre os meus sonhos. Minha escola é a rua. Eu me sento na calçada, na sombra dos postes e das vistas. Na luz do dia, a moça que vem vindo desvia, o homem de carro desvia. O governo desvia. Desvia Seus olhos ganaciosos dos meus passos. Desvia o dinheiro que me deve por ter-me dado à luz. Desvia meus sonhos de meu próprio alcance. Desvia a via que me levaria a uma vida digna. De onde eu vim? Para onde vou? Me expulsaram do centro da cidade e do banco da praça. Me jogaram no mundo e o mundo por cima de mim. Foi por baixo do viaduto de pedra que me criei e ainda esperam que meu coração seja de ouro. O país precisa crescer, então jogam um pano em meu rosto. E me prendem algemas nos pulsos. Me chamam de ladrão, maconheiro, pivete, marginal. Quando, na verdade, eu sou um aborto. Sou um brasileiro do mais puro sangue pois não me permiti morrer antes mesmo de nascer. E optei, quando ainda era apenas um feto, por ser filho da pátria. Da rua, dos prédios, dos homens que me olham desconfiados, do mundo, a única família que conheci. Eu sou um brasileiro pois em cada veia minha corre o sangue da coragem. Junto com o sangue dos meus pais, cujos nomes eu não sei e jamais saberei. Porque a pátria amada me pariu mas não me criou. Me viu mas não me ajudou. A ordem e o progresso, o verde e o amarelo preferiram não saber se caí do céu feito estrela cadente pousando no azul da bandeira. Preferiram me rotular, cobrir meus olhos com tarja preta na TV e anunciar de boca cheia que o avanço vem vindo. Me deram a vida e depois me esconderam e amarraram. Daqui debaixo eu vejo o céu estrelado me encarando e imagino se foi de lá que eu vim e se é para lá que vou quando o concreto tornar-me frio e a sociedade bandido. Pergunto-me se virarei mais uma estrela branca na bandeira ou uma estrofe no hino nacional quando os meus pés descalços não forem rápidos o bastante para correr das armas que me perseguirão depois de um furto na padaria, em cuja calçada eu dormi.

    ResponderExcluir